Queixam-se de que a presidenta Dilma está demorando muito para escolher o novo ministro do STF. Não é para menos. Depois do fiasco que foi o ministro Fux, ela tem que escolher muito, mas muito bem mesmo. O candidato Fux começou errado: visitou gabinetes de senadores, procurou políticos influentes, até os ex-ministros Dirceu e Palocci, para ser indicado para o STF. É vergonhoso e descabido ter a pretensão de ser ministro da mais alta corte de justiça do país. Esse
cargo é uma missão da maior importância para o qual deveriam ser
escolhidas pessoas com um histórico de vida excepcional. Não é uma
sinecura prestigiosa. O futuro ministro do STF deveria ter seriedade, discernimento, ser indicado por suas qualidades pessoais e profissionais e aguardar a sabatina do Senado. Todos devem saber que ele é competente, que detém notório saber, que é um homem justo e sensível. Como se não bastasse o fato de que não atende a nenhum desses requisitos, Fux julgou casos de um advogado do Rio, Sérgio Bermudes, seu amigo, em cujo escritório
sua filha Marianna trabalha. E o ministro Fux dá uma explicação que
não convence: “participou dos julgamentos em razão de descuido e que os
seis processos listados tratavam de questões sem importância”. Descuido, ministro? Fala sério!! Então um ministro do STF julga uma ação e não sabe quem são os advogados das partes? Isso é inaceitável. O ministro pensa que somos idiotas? É por essas e outras que a presidenta Dilma tem que escolher agora o novo ministro do STF sem conchavos com políticos, parentes ou quem quer que seja. Se o ministro Fux tivesse um mínimo de hombridade, renunciaria ao cargo, pois está denegrindo a imagem do STF e colocando em suspeição as decisões da Corte.
Jussara Seixas [Editora do Terra Brasilis - São Paulo]
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