domingo, 28 de outubro de 2012

Vitória inconteste da democracia

Podemos dizer que Lula foi vencedor nessas eleições. Depois de enfrentar um câncer de garganta, se recuperou a tempo de ajudar a eleger vários postes Brasil afora. Podemos ainda dizer que o PT foi vencedor nessas eleições. Vencerá na maior cidade do país, reduto oposicionista, concorrendo com um novato em eleições contra o principal nome da oposição. É o partido que a partir de 2013 governará o maior número de cidadãos e vem crescendo consistentemente a cada eleição.

A vitória de ambos, independente da ocorrência de pequenas derrotas em algumas capitais e cidades menores, é ainda amplificada pela agressiva campanha negativa que vem sofrendo nos últimos meses devido a estridente cobertura do mensalão, onde mesmo não sendo réus são alvos de insistentes ataques.

No entanto, o maior vencedor dessas eleições é o estado democrático de direito, posto em risco pela irresponsabilidade de ministros da suprema corte manipulados por veículos de comunicação, foi salvo pelo bom senso de um povo que constantemente é acusado de ser alienado e não saber votar.

O Plano anti-PT e de inviabilização política de Lula

Desde o início do ano e em diversas manifestações de ministros do STF como Ayres Britto, Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, ficou clara a intenção de seguir um cronograma apertado do julgamento do mensalão com a justificativa de evitar a prescrição de penas, o que mesmo com a chiadeira dos réus parecia ser uma preocupação justa, afinal, sentenças condenatórias eram opções concretas.

O sinal de alerta aconteceu quando o relator da ação resolveu fatiar e refatiar o seu voto para combinar o julgamento do núcleo partidário na semana que antecedia o primeiro turno das eleições. À época, vazaram de forma criminosa e mal explicada a dura dosimetria que Joaquim Barbosa só iria apresentar um mês depois. O estadão chegou a publicar trechos de votos que o relator diria horas depois no plenário. O ápice desse momento foi quando o Procurador Geral da República há três dias antes do primeiro turno, deu declaração a imprensa no qual achava “salutar” que o julgamento influísse nas urnas (punisse o PT).

Com o excelente resultado nas urnas no primeiro turno, e credenciado a melhorar ainda mais no segundo turno, o PT despertou a ira de ministros e setores da imprensa cansados de perder eleições, e os ataques se intensificaram. Ministros acostumados a soltar colarinhos brancos com uma impressionante destreza aproveitaram o intenso holofote do momento para posar de éticos e tentaram de todas as formas criminalizar o partido e desqualificar os avanços do governo Lula. Na imprensa, uma indecente obsessão por envolver Lula no julgamento, e se possível cavar uma denúncia que o impediria de voltar a se candidatar.

A sapiência do subestimado eleitor

O plano maquiavélico, arquitetado e posto em prática com precisão e obediência oriental, tinha como intuito derrotar o PT nas eleições, enfraquecer a capacidade de Lula de convencer eleitores (se possível alijá-lo definitivamente das urnas) e preparar as fundações para uma vitória final da oposição em 2014… mas faltou uma peça fundamental, que sem ela as engrenagens não funcionavam: a concordância do eleitor.

Em todas as eleições é lugar comum ouvir de derrotados que o povo não sabe votar. Uma elite caquética que acha supérfluo essa tal de democracia produz entulho sociológico com a pregação que o brasileiro médio não gosta de política, eleições e noticiário sobre o tema. Esse autoengano é a causa maior de derrotas sucessivas na urnas, o que o povo não quer é tutores que ele não nomeou.

O povo, com sua intrínseca sabedoria, percebe movimentações como as que foram feitas nessas eleições. Ao notar o quão bizarro era que em um julgamento de pessoas, um partido inteiro estivesse no banco dos réus. Fora o fato desse julgamento correr casado com eleições.

O resultado disso é que ao contrário do planejado, o eleitor médio reagiu à armação, não condenou o PT e absolveu Lula mais uma vez. Fora isso, as pessoas não vêem nos políticos que a imprensa apoia, e que ministros do STF gostariam de eleger, reserva moral para substituir um governo que vem promovendo justiça social e resgatando a autoestima dos brasileiros.

O brasileiro não é alienado, ele sabe do julgamento que está acontecendo, que o PT errou e pagou pelos seus erros. Só que ele é capaz de formar seu próprio ponto de vista e não aceita mais babás de opinião. A maioridade política depois de um tenebroso período de ditadura, vem dando maturidade suficiente para a população equilibrar o que tentam desequilibrar na marra.

Por LEN, do Ponto & Contraponto

Um comentário:

Paulo Morani disse...

Dim parceiro, por favor divulgue. O dia que o PIG imitou a blogosfer Leia http://www.obroguero.com/2012/10/o-dia-qu-chico-caruso-imitou-o-broguero.html

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